sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tarde demais











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Era tarde. Ninguém, em sã consciência, imaginaria ou desejaria que aquilo acontecesse de novo.
Era tarde. Uma parte era saudade, outra era apatia e muito embora fosse tarde ainda seria cedo para desistir completamente.
Era tarde, o momento mais adequado para encontrá-lo. Procurá-lo já era fato corriqueiro, afinal nós vasculhamos os cantos e, ao acha-lo, o vasculhamos na ânsia de deveras encontrá-lo. Ele estava lá, estava só, estava só entediado; estava!
Era tarde e nós o queríamos ali. Era tarde e presumia que ele não viesse. Era tarde, e só assim ele viria.
Foi ficando tarde. Fomos ao encontro dele, enquanto, inicialmente, eu quisesse ir de encontro a ele.
Foi ficando tarde. Aos poucos ele as fez sorrir, não tão intensamente como antes, mas as fez. Aos poucos ele me fez voltar e derreter novamente toda frieza que tinha antes.
Foi ficando tarde, ele não queria dormir, nós também não. Afinal quem queria dormir com tantos assuntos pendentes e mal gritados? Com tantos sorrisos para sorrir, dormimos.
Foi ficando tarde e vejam que irônia: o dia amanheceu. Agora é cedo, só nos falta descobrir se é cedo demais ou cedo o suficiente para trazê-lo permanentemente.


Inspirada em (talvez) um amigo.

:)Um dos capítulos do nosso livro:

Nós, nós mesmos e o alinhamento dos planetas

(foto com o nome errado)