segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Eu desejava um convite seu para sentar-me aconchegada entre almofadas e assistir ao filme mais ridículo que a locadora disponibilizasse, seria o pretexto para comermos pipoca e chocolate. O filme rodaria enquanto ninguém o notava e riríamos incontrolavelmente das nossas próprias bobagens. Eu esperava a piscina tão convidativa não pela água quentinha a noite ou gelada durante o dia, não pela carne tão salgada e batata bem crocante, mas pelo conforto dos braços e abraços desgrenhados na água sem culpas. Eu pensei que você me chamaria a sorveteria e com um pote enorme de sorvete e várias colherinhas nele nos derreteríamos. Eu gostava do seu chamado para fazer nada e com nada nos enchíamos até a tampa.
Você notou algo diferente em mim e pensou que de ali em diante seria assim. Então eu não tenho certeza quando começou, só sinto um pigarro, uma coisa engasgada em mim e eu não consigo pô-la fora.


(Eu não consegui terminar, então só eu sei quão bonito esse texto seria. Como só eu o senti!)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O meu forró ( Em andamento)


Talvez esta seja a postagem mais ridícula já feita até então. Porém, talvez, seja esta a mais altruísta e interessante. Escritos sempre salvam almas, sempre salvei a minha e hoje, por meio deste, venho aqui trajar-me como advogada do diabo para salvar outra ou outras.
O mundo é um deleite de vozes ativas e passivas com opiniões espalhadas por todos os lugares, logo não avisto problema em defender o tal réu e minha opinião.
“O Ministério da Saúde adverte: Ouvir forró causa doenças auditivas e atrofia do cérebro. "
Aguiralfre Furtado


Pasmem! Sim. Estou aqui para defender o forró, mas não o consagrado por Luiz Gonzaga, porque este não é alvo de tantas calunias como o forró eletrônico ou estilizado (tido por muitos como não sendo forró). Os antigos "rastapés" sob os fungados da sanfona, o baião, o xote são ritmos que agradaram os antigos boêmios nordestinos, entretanto esse novo "forró", fazendo uso da guitarra elétrica, teclado, contrabaixo etc, agrada a nós, os jovens.
Está para o Brasil (e por que não dizer para o MUNDO?) contemporâneo como a semana da arte moderna estava: incompreendido. Ele apenas está acompanhando as tendências e alguém, em algum lugar, certa vez não afirmou que as coisas simplesmente evoluíam? Novas tendências, novo público alvo, contexto histórico e estamos preparados para chamar isso de "escola literária" (já dizia meu livro de literatura que, posto ali, sobre a estante pareceu-me tão útil agora, pós ensino médio).
Podemos sim generalizar e afirmar que esse novo estilo não possui letra, como também podemos generalizar e afirmar que esse estilo possui letra. Ora, não me venha afirmar veemente que todas as obras publicadas no parnasianismo, simbolismo, ou seja lá o que for, foram best-sellers, TODAS. Tal como tantas outras formas de expressão, o forró possui seus altos e baixos, e para cada arte existe uma alma que queira senti-la, mesmo sendo essa alma a do próprio autor!
Bandas com Garota Safada, Aviões do forró, Forró dos Plays e outras estão por aí, movendo o imaginário. Meu bom-senso ainda existe quando afirmo que algumas letras realmente são desprovidas de uma bagagem sentimental, mas digo só sentimental. Eu escuto forró e conheço muitas letras tidas como esdrúxulas, ao contrário dos que afirmam isso eu consigo ir mais além. As letras não mais secretam o erotismo, estão cada vez menos ambíguas e alguns temem que isso influencie os nossos jovens. Pois bem, vejo as letras de forró não como "lançadoras de ideias”, mas como um espelho, um reflexo, uma imagem da realidade, só que cantada com bons olhos. Ainda irei citar as letras, as letras que arrepiam, por enquanto eu cito as que falam de boa vida, de dinheiro... Quais ideias horrendas estão sendo semeadas pelos cantores? O superficial vem sendo plantado por anos a fio. Poucos conhecem o outro lado: as letras pelas quais os dedos são levantados para o céu como se apontasse uma estrela e fizesse um pedido de amor, ou pedido de amenizar as pontadas que se intensificam a cada frase. Poucos conhecem as letras pelas quais os copos são erguidos como quem brinda com o vento. Tais letras expostas sem título, sem autor muitas vezes são bem aceitas, basta adicionar a informação de que se trata de um forró e tudo parece mudar. Oh céus! Isso vai além de "pré-conceito".
Quantos e quantos já se renderam às festas de forró? Só eu conheço vários. A dança colada que também pode ser dançada só, permite estripulias e rodopios, permite conversas ao pé do ouvido, permite amigas conversarem, permite confraternizações...
Não vim querendo convencer o mundo a escutar forró. Vim para barrar esse pré, pós e contínuo conceito. Outra pessoa também disse mais ou menos isto: não existe música boa ou ruim, existe música que você não gosta. Agora eu digo: se eu aprendi a gostar de certas coisas, por que uma parte da humanidade não poderia?
Falou Thuanny Maryna, Serra Talhadense e "forrozeira".

P.S.: Experimentem e não se preocupem com a tal atrofia do cérebro, estou em fase avançada e mesmo assim redigi o texto acima e garanto que tal atrofia não atrapalhará minhas funções motoras e psicológicas, posso até ficar gaga, mas não graças ao forró...
"Eu vou fazer uma banda só pra tocar forró, quero que o mundo saiba que não há nada melhor..."