sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

MMXI


Eu nem sei se hoje é quinta ou sexta-feira, de repente parece não existir tempo-espaço, só minha pequena alegria matinal e ela parece bastante.
Ah, hoje é sexta-feira e em um passe de mágica eu trouxe mim mesma de volta! Agora consigo lembrar... MMXI, ano novo.
O ano novo pressagia... Prenuncia a compra de um novo calendário. Famílias relutantes irão unir-se em volta do espumante, ostentando união nunca antes vista. Os trajes brancos e corações vermelhos, enquanto as mentes vestem a cor que desejarem. A mãe usa verde, pois busca saúde e força física para amparar os filhos e marido. O pai veste marrom na busca da estabilidade e segurança. Os filhos enchem-se com rosa, vermelho e dourado. E assim vem a avó, a tia solteirona, o avô, o tio todo poderoso, os primos esquisitos... Todos ali, unidos e reunidos.
Nada demudará, fora a noite que, não surpreendentemente, irá amanhecer. Este novo não engana: continuação em 3D do velho. Quantas novas metas serão escritas nas páginas iniciais das agendas? Pergunto-me de que adianta tanto fulgor por fora se por dentro seus medos ainda são os mesmos? Se sua preguiça continua ali, e não me venha com papo de dieta e de malhação! Se o rancor você guardou, sem história de pessoa melhor! O ano novo não é um elfo mágico realizando todas as suas aspirações. O ano novo é uma chance simbólica de marcar um início, de sacudir a poeira, de levantar.
Nada me garante que a família ali reunida com o espumante não irá passar a ostentar uma união dali em diante. Nada me garante a paz pedida, nem os desejos realizados, nem a força necessária. Coisa alguma é incerta, quem dirá certa! É nos dado, somente, o direito de organizar o nosso recomeço.










(Eu estava ansiosa por escrever aqui, qualquer coisa que fosse... Desculpas pela demora e por isso aí em cima...) :) Feliz ano novo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Há de haver um céu (homenagem)

Há de haver um céu, onde nele se vejam coisas estupendas...
E ao mesmo tempo horrendas, pedaços e encalços de seu obscuro passado.
Neste instante não entendo, ao certo, se o que pensei foi minha escuridão manifestada ou qualquer outra idéia inacabada...

Há de haver um ar que, ao se inspirar, traga nostalgia, traga tempos remotos, quietos, pacatos...
Onde neste tempo e instante sejam perpétuos, onde tanto outros “s” sejam lembrados por sua existência em palavras com seu chamativo...
Não creio que desta vez tenha conseguido diferenciar meu intimo de meu ego, talvez nem saiba de certeza o que significa, assim como sua significância, relevância e qualquer outra coisa que termine em ânsia.

Há de haver uma época, tempo, instante onde nós queremos estar e de lá nunca mais sair, por mais simples que seja, por mais pobre em decorações que esteja, apenas contemplar este momento em questão, sem questioná-lo, ou ao menos julgá-lo errado, vivendo, deixando, como já disse uma querida, ponto finais de lado...
Tenho dúvidas em minhas conclusões, pois, por mais coerentes que estejam nunca chegam ao que realmente quero entender, e assim perpassar.

LEITÃO, Ivan Sá

*-* para mim :)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Aspirar à felicidade, atchin


Aspirei a felicidade e espirrei sem querer
Incomodou a garganta e o nariz, espirrei!
Saiu rápido e deixou uma sensação estranha no fim
Aspirar a felicidade fez cosquinha e me fez sorrir
Mas [também] espirrar, semi-autônomo, fez ruído
Fechei as pálpebras e o som surgiu meio dó sustenido
O olho fechado protegeu meu ducto lacrimal [nada de sumo agora]
Aspirar foi moleza
Afinal tinha um cheiro bom
Não lembro bem.
Era aroma de lembranças com...
(AH! Deixa-me ver!)
Com cheiro de agora, de efêmero com planos e euforia
Aspirei a felicidade e contrai um baita resfriado
Senti frio, tontura e o nariz corizou [era sumo dos olhos - as pálpebras cerradas!]
Bem disseram:
Para desgostar do que se tem
É só conhecer o melhor...
A propósito: alguém por aqui espirrou? Preciso aspirar a tal criatura (vide início)
Atchin!!!
-Saúde!
-Não, felicidade!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

há de haver...

Havia uma vida e nela os anos.
Havia os anos e neles os dias.
Havia os dias e neles ela.
Havia ela e nela nada.
Havia o nada e nisso lembranças.

Este vazio insiste em ficar. Permanecer, encher, secar...

Deve ser medo! É isso! Medo, medo do novo, medo do velho, medo de todas as coisas conseguidas e não conseguidas. Medo de mim, medo do medo.
As luzes de natal já estão se instalando pela cidade e vê-las brilhar me apaga ainda mais. Não encontro o lugar para chamar de lar, se aqui, se lá; estou deslocada em ambos. Mas as luzes de natal... Sinto saudades de casa, da casa dos pais. Aqui eu sou dona de mim e não sei administrar tão bem minhas posses, ou sei... (?) Aqui é diferente, aqui eu sou diferente, até as mesmas pessoas aqui são diferentes das mesmas pessoas lá. Os amigos aqui não são os mesmos amigos lá.
Eu saio de casa, eu saio de mim. Lá fora é bom; os amigos, a alienação, as aventuras! Há tanta coisa lá fora e tantas outras coisas para me preocupar. Em casa os fantasmas da responsabilidade e do futuro me cobram. Não tenho dinheiro pra pagar.
Não estou indecisa. Sei definitivamente o que quero. Ainda a pouco repassei o desejo na cabeça, o mesmo desejo desde anos atrás. O problema é que realizá-lo é complicado e não depende de mim, ou melhor, depende. Depende dos outros, depende dele, depende da vida, depende dEle, depende de mim. Tanta dependência torna meu desejo inexequível. A única vez que desejo, desejo tanto a ponto de pôr em prática e a única vez que não posso sozinha.
Pois bem, chorar será inevitável, tal como fugir. Esquecer será duro, assim como encarar. Desistir será lento, ao passo que esperar... Ah! Esperar é torturante, porém será a coisa certa a se fazer.

Havia lembranças e nelas esperança.
Havia esperança e nela amparo.
Havia amparo e nele força.
Havia força e nela desejo.

Havia desejo e ele era bastante.
Havia passado e havia de haver futuro!
(Algumas coisas simplesmente não me satisfazem. É inevitável.)
"e o que eu vou fazer se eu quero muito mais?"
Queria tudo e queria AGORA.
Pronto, vômitei.

domingo, 21 de novembro de 2010

Era uma vez...

Bate que não se contenta e quer bater mais para quê? A respiração ofega e o olhar tão distante. O tempo passa devagar e depressa e ainda assim não é bastante.
As vezes o "amor" é tão complicado, outras tão simples... Era simples ou quase isso. Romeu e Julieta contemporâneo. Ela o queria, ele a queria e isso não deveria ser suficiente? A velha coisa da vida imitando história e com tantas histórias com "viveram felizes para sempre" eles optaram por esta tão conturbada.
Ela o queria, ele a queria e isso não deveria ser suficiente? Mas eles teimaram em ver o mundo lá fora. Ouviram dizer que almas gêmeas precisam crescer separadas para um encontro no além-mar da vida. Ele anda crescendo com outra, ela com os outros, mas o amor é sorrateiro e inquieto; desse jeito o vazio dela não vai fechar. Não se fecha corte profundo com band-aid. Ela o quer.
Hoje fica tudo assim. Romeu e Julieta. Ela o queria, ele a queria e isso não deveria ser suficiente? (...)



P.S. Amiga, que meu drama não a afete. Três pontinhos dizem muita coisa
O amor faz pequenos plágios e não cópias completas.
Sua história será sua história, só sua.
Viveram felizes para sempre não existe no mundo real.
Aqui existe o: "seguraram legal a barra mais pesada que tiveram".
Não vou pedir que tenha esperança, oh céus, você tem amor!
Não tomo nota de nenhum outro sentimento tão esperançoso.
E eu acho que isso deveria ser suficiente,
'cê sabe né'? A vida é burocrática!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Chantilly de baunilha

Essa escritora (se me permitem, eu não achei outra palavra) aqui não reconhece os motivos que a levam a escrever, ela só sabe que precisa. Hoje é um daqueles dias os quais escreve para livrar uma alma, a dela. Coisa de alma inquieta... Hoje eu queria salvar mim mesma. Ela anda tão acumulada com todos os problemas que deposito sobre ela. Mim mesma anda prestes a explodir. Não sei ajudá-la. Mim mesma anda vazia.
Todos já viveram isso, ou algo parecido. Nós chegamos à lanchonete e pedimos chocolate quente com chantilly de baunilha, o pedido é trocado e o chantilly tem sabor de menta. Claro, claro, inicialmente o principal é o chocolate quente, mas pensem comigo: o frescor da menta não é nem de longe o doce da baunilha. De repente o chocolate fica mais amargo, a baunilha misturada deixaria o chocolate tão suave. Ora bolas! Como algo tão simples pôde modificar todo o resto? Foram pequenas coisas que eu não consegui, quer dizer, eu só queria um chantilly de baunilha. Agora eu terei de pagar de qualquer forma, mas agora vou pagar por um chantilly de menta, e esse nem é o jeito que eu esperava das coisas, das pessoas. Eu pedi pouco e a vida, ou melhor, a garçonete poderia ter doado um pouco mais de atenção ao meu pedido. Ela poderia ter anotado com atenção. Agora eu terei de pagar, afinal o pedido foi feito. A vida, ou melhor, a lanchonete, é muito rígida e não reembolsa o tempo perdido, o dia que passou, dois pontos, passou. Não dá pra garantir que aquele seu desejo, que diga, pedido extraviado ou trocado seja substituído por outra coisa que você nem desejou, mas que é bem melhor. Por que não vem pedido certo?
E foi assim por anos a fio. Ou o desejo vinha salgado demais, ou não era doce o suficiente. Os anseios surgiam mal-passados. Os sonhos sempre faltavam canela quando prontos. As efemeridades chegam com chantilly de menta ao invés de baunilha. As euforias tem adoçante e não açúcar mascavo. . .
Nesses anos eu fui obrigada a pagar os pedidos. Esperei muito por alguns deles, muitos dos alguns que deveriam ser o prato principal vieram como sobremesa. O meu tempo esperando, negando outros pedidos à espera desses não foi reembolsado. Eu apenas perdi tempo como forma de pagamento.
Mas bem, não há concorrência, é só uma vida pra viver e os pedidos são feitos a uma única garçonete. Bem, eu só desejaria comer meu chocolate quente com chantilly de baunilha e você?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Nunca é demais

A gama de personagens que podem ser identificadas no mundo é bastante vasta. Há aqueles dotados de moral idônea e ilibada, enquanto existem os hipócritas e os "vendíveis". Vemos os devassos, os puritanos, os acidentes de gaveta, os belos por fora, os "beleza interior", os "beleza total flex", os reis e rainhas da cocada preta. Os ateus, os fanáticos religiosos, os agnósticos, os budistas, os cristãos, os deístas. Observamos os que mentem por mentir, os que mentem para o bem, os que mentem para o mal e os que apenas omitem. Ainda encontramos os exemplos a serem seguidos, os exemplos de como não ser. Os que sabem exatamente o que querem da vida, os indecisos, os que sabem realmente o que não querem da vida e ainda aqueles os quais estão por decidir. Os solteiros, casados, divorciados, enrolados, sem amores, amores demais, solitários, amantes, amados. Os bons, os ruins, os tímidos, os tagarelas. Ou se é uma coisa dessas ou se combina um monte e vira você. No meio de tantos rostos e gostos estou eu, o meio termo entre o sim e o então, e a linha tênue entre o então e o não. Em meio a tantas almas desenhadas e delimitadas ( e muitas vezes limitadas) está todo o resto ao meu redor.

Tem o amigo da internet que me aconselha e me abraça com palavras, deixando qualquer corpo a corpo no chinelo. Tem a irmã que mora longe e mesmo assim vive perto. Os amigos lembrança, os quais não sei como estão, mas de tão amigos que foram permanecem intactos em algum lobo do meu cerébro (o que os poetas chamam de coração). As amigas parceiras que eventualmente desapontaram-me profundamente, mas desapontamento não apaga bons dias e gargalhadas, ótimas e intensas gargalhadas. O amigo solteiro que continua namorando. Os amigos que me deixam confusa quanto à sua opção sexual. Os que mentiram e com certeza perderam-me. A minha mãe e só em dizer mãe já vejo todo o amor e devoção escorrerem por entre as letras. O meu pai que dobrou e desdobrou e me trouxe até aqui. A amiga a qual briguei e a conheci de novo e fomos amigas pela segunda vez. O amigo que me esqueceu.OS que eu não suporto e os vice-versa. O amigo que me esnobou. O amigo que liga frequentemente. O amigo que me ouve sem restrições, sem pudores. A amiga que pede demais. A amiga que faz demais. Tem a que me escuta sempre e a que não me dá ouvidos. A tia bruxa de uma certa pensão. Os amigos e amigas da pensão. O meu companheiro de aventuras e de sushi. O maluquinho mais fofo de todos. A tagarela incurável e a sonhadora incorrigível.Todos culpados por mim. Todos meus. Todos eu.
Fui às vezes eu, às vezes quem eu queria ser. Quis ser demais e esqueci quem eu era antes de querer tanto a ponto de me perder. Num dia desejei aparecer em livros de literatura como a escritora denominada com qualquer característica que possam me dar, sendo ela positiva. Outro dia quis escrever só pra livrar minha alma, ler o problema escrito e dizer: -Deixe de drama, querida. Sempre sonhei em escrever um livro e geralmente desisti ao começá-lo. Já virei leitora incontrolável e perdi minha identidade escrevendo igual aos escritores os quais admiro. Já fui espiã, secretária, psicóloga, médica e louca, todos os cargos exercidos sem diplomas. Luto por um diploma que nem me convenci qual é, muito menos pesá-lo se é necessário!

Escrevo demasiadamente sobre mim, dito este o assunto o qual sou phd. Já fiquei muito desapontada por não conseguir criar ninguém, ninguém que seja para povoar histórias montadas na nascente da minha mente. Logo depois percebi que sou meu personagem favorito, visto que posso ser quem eu quiser e quando desejar.

Falo de tudo e de um tudo limitado sei um pouco.
Posso começar zilhões de textos e abranger trilhões de assuntos e deixá-los soltos como uma porção de ideias inacabadas. Na verdade não acredito e nem gostos de pontos finais. Vírgulas soam tão bem,

Aqui está mim mesma tentando descobrir o que pretendia dizer ao sentir e escrever a primeira palavra deste texto. Aqui estou eu convencida de que não importa, as coisas fluem sem ordem e assim devem permanecer.

domingo, 26 de setembro de 2010

Muito bom.

http://vanessakrodrigues.blogspot.com/2009_07_01_archive.html

Muito bem, ao acessar esse blog vocês irão procurar o texto chamado Romance. Um best-seller de fato. Muito bom o texto. Eu particularmente gostei, fiquem à vontade e tirem suas calças e máscaras ao lê-lo.

Façam um tour pelo blog e conheçam a encantadora mente de Vanessa Rodrigues. Minha amiga :)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Findar-se

Foi no dia em que decidiu sair dali. Sabia muito pouco, não sabia quase nada, mesmo assim decidiu sair dali. No outro lugar: um mundo de mudanças confusas e descontroladas. Falava-se sobre globalização, capitalismo, violência, inflação, tecnologia, auto-sustentação, DNA. Agora sabia muito mais e ficava aflito. A ignorância trata-se de bênção. Sabido de algo decidiu sair dali. Já não era tão leigo e por isso decidiu sair dali. Em outro lugar: uma vida com liberdades cativas. Fazia sexo sempre que queria, usava drogas sempre que conseguia, saltava de festa em festa. A euforia o consumia... Agora só e cansado resolveu sair dali. A efemeridade o encontrou, tão logo resolveu sair dali. Em lugar algum: não encontrou uso para tanta sabedoria, o sexo não o acalentava, as festas não mais o divertia e as drogas o aprisionara. Havia conservado os amigos errados. Sozinho e desolado viu que no mundo tinha feito as escolhas erradas. Tolo. Nunca soube de nada. O mundo era coisa ampla e nele cabia tudo o que ele pudesse refletir. Viu que seu reflexo era fútil e pouco sentimental.Passou sua vida indo à lugares errados. No dia o qual percebeu que o lugar errado era ele: foi no dia em que decidiu sair dali. Sabia muito pouco, não sabia quase nada. Agora, silencioso, não está nem aqui, nem acolá; está morto. Decidiu sair dali, decidiu sair de si. Thuanny Maryna.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Uma rapidinha

Mudar, é claro, é preciso. Mas nunca me disseram que seria agradável. É que mistura o medo do novo com o apego ao velho. Mesmo que aquilo não lhe caiba mais, você fica pensando o porquê de não caber mais... Enfim. Mas mudar é preciso e digo mais: inevitável. Mudem, mude, mas não esqueça que em algum lugar do "quem sou" existe o "quem era". Ser é um conjunto de "estar".



Escrito para Gustavo Mourato e escrito aqui graças a VanessaK.
O final está meio solto: não gosto de ficar mecanizando as produções. Saiu, saiu, fim.

sábado, 11 de setembro de 2010

As saudades são muitas e as distancias também

Ah, só de imaginar que estarei por aí... Comecei a comprar as aspirinas, as neosaldinas, os lexotans...
Já posso imaginar as brigas que arrumaremos, os filmes que assistiremos e os assuntos que estudaremos juntas. Já imagino minhas noites brigando por um espaço no seu colchão, por um pedaço do seu edredom, por um pouco de atenção. Imagino também as brigas pelo controle da televisão, os murmúrios enciumados pela mãe, as disputas para não fazer os 'mandados' do pai...
Só de imaginar sinto o cheiro do travesseiro, escuto o cachorro latindo em desespero, lembro do espelho do banheiro. Só de imaginar me ponho feliz. Só de imaginar! Imagina, meu Deus, quando eu chegar aí! (?)

Saudade da minha irmã, esperávamos juntas o papai noel!
Viver longe da família é esquisito: é sentir saudades de estar preso e sufocado por estar livre. É bom crescer, mas na hora certa.

Nós, nós mesmos e o alinhamento dos planetas





Eu já comentei sobre o livro entitulado acima, resolvi colocar aqui seu esboço. Confesso que tive certa preguiça de editá-lo ou continuá-lo, mas nada ainda está perdido... Só um pedacinho:

Oi. Somos três. Não sabemos como começar um livro, mas gostaríamos de escrever uma história sobre mudanças.
Vamos tentar começar com as nossas apresentações: Rayanne, altamente bagunçada, desorganizada, medrosa e infantil; Namora Igor (um carinha aí que caiu de quatro por ela); não sabe ser sociável, mas gostamos dela. Thuanny, a senhora explicações (a propósito: ela deve estar nesse momento explicando o motivo de estar fazendo um livro); lenta (e agora deve estar argumentando que a pressa é a inimiga da perfeição); muito saliente, cheia de não-me-toques e tem medo de rã. Raíssa, extremamente estressada e birrenta; entendê-la é complicado: hora ela quer o que quer, hora quer o querem que ela queira; enjoa fácil da vida e tem espírito aventureiro.
Três pessoas diferentes. Isso basta. No entanto juntas revolucionamos o mundo (ou pelo menos o nosso).
E agora? Como continuaremos? Vamos pelo método menos criativo: tal qual os contos de fadas...
Era uma vez três garotas que moravam no paraíso chamado Serra Talhada (e os três pontinhos ficam por conta da sua imaginação). Explicar tudo isso levaria muito tempo e sua paciência ia esgotar-se facilmente, portanto eu, Thuanny irei começar de um ponto meio estratégico: nossa chegada ao Recife, a capital do nosso estado.
Estudávamos juntas. Raíssa e Rayanne possuem laços mais duradouros, desde a oitava série (conhecida também como nono ano do ensino fundamental), eu cheguei na época do primeiro ano do ensino médio. Fazíamos parte de uma turma bem peculiar, a nomeávamos de octeto. Oito adolescentes com medo do inevitável: mudança.
O ensino médio chegou ao fim e era hora de traçar um futuro, alguns de nós ingressaram na faculdade, outros em cursinhos e matérias isoladas e a vida seguiu...


Nem configura um capítulo, é só o começo de um. Entretanto nós nem sabemos se já vivemos o fim do capítulo, quem dirá o livro todo, logo ele pode vir a ser escrito qualquer dia desses. Seria meu sonho. Talvez, quem sabe um dia, eu o sonhe tanto a ponto de agir.






sexta-feira, 10 de setembro de 2010

"Protetora e desprotegida, sempre"

Meu Deus, um blog não é algo legal para mim. Vejam só! Ele mofa por um tempo, então eu volto. Ele cria teia de aranha, então eu volto. Coisa mais largada. Esse ínfame vestibular, fico inconstante. (Eu e meu incrível hábito de usar outras coisas pra justificar minha volatilidade e inconstância...). Vamos ao que interessa:
Eu estou abalada e por esses dias, aparentemente, estão todos ao meu redor tão atarefados e ocupados com os próprios problemas pessoais e com o encaminhamento das suas vidas. Eu deveria fazer o mesmo. Falei certo: deveria...
O vestibular volta a vociferar à minha mente, agora já nem assusta mais. Ele veio gritando desde o inicio do ano e dessa vez eu tentei não tapar meus ouvidos. (p.s Ele com letra maiúscula sim, porque o endeusamento que é feito em volta dEle! Enfim, deus ou cânone, a letra maiúscula enfatiza o respeito - alheio, sou atéia por esse ângulo-)
... Voltando: à beira de uma crise existencial branda eu exponho minhas palavras no papel, assim parece que eu estou desabafando. Não que eu esteja só, pelo contrário, moro em uma pensão repleta de boas pessoas (nem todas, mas generalizar virou moda); eu só não quero desocupá-las com ideias e pensamentos bobos.
São tantos assuntos rondando minha cabeça: vestibular, amor, relacionamentos, finanças, amigos, futuro, profissão etc; coisas de uma vida inteira. Cada vez que absorvo a gama de conteúdos da grade escolar eu torno mais difícil absorver esses temas corriqueiros. Tão logo eles pairam sobre mim, tão logo eu esvazio.
Eu, particularmente, não consigo achar meu dom de forma que o focalize em uma carreira promissora e satisfatória. Algo que eu deveras fizesse com destreza e deveras fosse útil. Decorar um quarto conforme uma personalidade e criatividades não é dom, é ócio produtivo. Fazer festas com amigos não é talento é comodismo. Escrever de forma expressiva algo meio autobiográfico não é dom, é realidade. São coisas que todos podem realizar, basta-se querer.
Eu preciso achar algo, mas antes devo achar a mim mesma como um objeto esquecido em alguma estante dos meus pais. Entre meus rabiscos encontrei certa frase :
"Para onde fui, ou onde fiquei que não me acompanhei? Louca pra fugir de mim."
Pode ser de minha autoria, já comecei uma pesquisa para achá-la, porém se ela não foi escrita por mim que ela é minha, é. Sou eu bem ali, nas entrelinhas.




sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tarde demais











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Era tarde. Ninguém, em sã consciência, imaginaria ou desejaria que aquilo acontecesse de novo.
Era tarde. Uma parte era saudade, outra era apatia e muito embora fosse tarde ainda seria cedo para desistir completamente.
Era tarde, o momento mais adequado para encontrá-lo. Procurá-lo já era fato corriqueiro, afinal nós vasculhamos os cantos e, ao acha-lo, o vasculhamos na ânsia de deveras encontrá-lo. Ele estava lá, estava só, estava só entediado; estava!
Era tarde e nós o queríamos ali. Era tarde e presumia que ele não viesse. Era tarde, e só assim ele viria.
Foi ficando tarde. Fomos ao encontro dele, enquanto, inicialmente, eu quisesse ir de encontro a ele.
Foi ficando tarde. Aos poucos ele as fez sorrir, não tão intensamente como antes, mas as fez. Aos poucos ele me fez voltar e derreter novamente toda frieza que tinha antes.
Foi ficando tarde, ele não queria dormir, nós também não. Afinal quem queria dormir com tantos assuntos pendentes e mal gritados? Com tantos sorrisos para sorrir, dormimos.
Foi ficando tarde e vejam que irônia: o dia amanheceu. Agora é cedo, só nos falta descobrir se é cedo demais ou cedo o suficiente para trazê-lo permanentemente.


Inspirada em (talvez) um amigo.

:)Um dos capítulos do nosso livro:

Nós, nós mesmos e o alinhamento dos planetas

(foto com o nome errado)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Por pedirem tanto:

Bem, alguns amigos pediram vou colocar. Um texto antigo, meio diário mas que me agrada:
Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2009, 22:22... Acabo de assistir a um filme: Watchmen e faz tempo que não sinto vontade de escrever, nem muito menos sei como fazer: não sei regras gramaticais nem nada desse tipo, será um texto livre; mas o filme quase que me obrigou a ir fundo.
Tenho 17 anos, já na iminência dos 18! Acabo de finalizar um ano de cursinho o qual realizei aos trancos e barrancos por um propósito, esse já nem sei mais qual é e que se perdeu no meio do caminho. O vestibular acontecerá no dia 20 e 21 desse mesmo mês e eu já sei o verecdito. Acabo de fracassar na segunda fase de outro, que por sinal consegui o quarto lugar na fase anterior! Que paradoxo não?
Eu deveria estar à beira de um colapso, um ano meio turbulento, uma vida meio agitada e uma mente que antes esborrava hoje está meio cheia.
Tenho medo, medo de voltar. Lá todos estão ansioso para ver meu resultado.
Estou dividida, não tenho certeza do que fiz... Se perdi um ano onde deveria ter me esforçado ou o ganhei por ter tanta experiência, aventura e histórias pra contar. Não importa! Essa prova não vai cobrar o valor de se conhecer a alma do ser humano, e as pessoas lá não estão interessadas se eu consegui amigos ou se consegui vencer os muitos obstáculos que me foram impostos. E qual é meu resultado? Bem, como eu já disse, eu ainda não decidi.
Mas onde entra o filme? Ele tem frases bem bonitas que me induziram a uma introspecção. Estou oscilando em encarar tudo a duros punhos ou entrar na realidade infantil. Ontem assisti: A princesa e o sapo. A dogmática "Evangeline", uma estrela que "deveria" realizar desejos; a musiqueta da velha do vodu: "se cavar bem fundo", ou com frases do tipo: "não é o que você quer e sim o que você precisa". Claro, me confortaram frente ao fracasso passado e o futuro, mas esse tal de Watchmen me trouxe de volta aos murmúrios, onde, eu sei, existe uma mãe que espera uma filha triunfante e uma família e amigos que, agora já estranhos e alheios a mim, esperam qualquer coisa para criticar ou não. Contudo, no fim de tudo, eu sei que terei de enfrentar alguém bem pior: eu. Eu sei o que fiz e não posso chorar, sei o que sou e que busquei o fracasso e eu sei que ele só está em foco nesse momento e depois vão todos esquecer parcialmente (desejo com todo meu coração!).
Ano que vem será outro ano e hoje eu vou esquecer do desencontros, dos familiares que me fizeram que me fizeram perder noites de sono por temer sua ida, dos amores perdidos e tão ansiados e dos futuros planejados, dos choros na calada da noite por motivos nem sempre tão banais, dos amigos que se foram, das promessas que perdi. Quero esquecer esse medo dos meus próprios sentimentos e de demonstra-los.
Ano que vem terei a chance de errar tudo de novo, de encanar num filme enquanto deveria ler tópicos de Scientific American, de ir visitar alguém por medo de me afastar demais enquanto a aula rolava, mas o que é que tem? Agora não tem mais jeito: vou pagar pra ver.
Para mim a vida é mais que tudo isso. Bem mais que reações e equações, mas admito que sejam importantes. É só que... Eu não poderia viver um poucos mais? Tem um filme com uma linda mensagem no cinema! E aquela amiga sabe? Não está se sentindo muito bem, eu poderia deixar pra revisar esse assunto a noite antes de dormir, ela já me apoiou tanto quando eu precisei. Meu tio estava a ponto de morrer e eu fiquei muito preocupada, não deu pra ler sobre o holocausto. Minhas cabeça borbulhou de saudade e nostalgia na quinta e eu não consegui paciência para mais nada. Na sexta eu precisei chorar de manhã e visitar meus amigos pra ter certeza de que não os perdi por completo. No sábado eu faltei à aula, quando cheguei da visita vi como as coisas estavam mudadas e chorei baixinho, como se cantasse uma canção de nina, ao amanhecer eu precisava dormir, minha cabeça ia explodir. No domingo eu decidi sair pra esgotar essa cabeça de tanto problemas- estudar era um deles. Na segunda eu estava tão bem que não ia de forma alguma voltar àquela rotina. Na terça dei uma passadinha e recuperei o fôlego, coisa boba, nada que me salvaria da reprovação. Na quarta recebi uma mensagem e me senti alienada nessa cidade estranha vontade de fazer trabalho, de realizar os projetos do colégio, de dançar e ensaiar coreografias. Na quinta briguei com uma grande amiga e nos afastamos muito, tudo ficou mais complicado do que já era e foi piorando gradativamente.
Conheci outra amiga que me ajudou muito.
O ano foi passando, me recuperei de quase tudo, me adaptei, esqueci os amores tão doídos e que ainda doem, mas sei o analgésico certo. Mudei de forma e de fôrma, fiz as pazes com a vida, fiz muitos novos amigos e fiz muitas novas vidas. Fiz as pazes com a velha amiga e a que me apoiou começou a me desapontar. A vida ficou de cabeça para baixo de tal forma que não consigo me reconhecer no espelho: esse olhar, não é meu, esse rosto? Essa alma?
Quando decidi esquecer de tudo isso que passou o ano a me preocupar percebi que era tarde demais.
Julguem-me, estou fazendo o mesmo agora.

P.S. Peço desculpas pelos erros, muitas vezes grotescos em alguns pontos. O texto saiu de uma vez só. Um soluço... Então, decidi deixa-lo assim, na inspiração nua e crua.

Um nós por vários "eu"

Hoje em dia é raro, para não citar impossível, encontrar um ser humano que seja a expressão exata de si. Sofrer e estar aberto às influências é tão inerente à nós quanto a necessidade de auto-afirmação. Assim é comum observar grupos cujos participantes identifiquem-se. Essas afinidades estão sendo regidas de tal forma que englobam boa parte da população mundial.
A mídia, a globalização, ou seja lá o que for, gerou uma vitrine de mesmices na qual a única dificuldade é escolher um dos produtos expostos ali. Aliado à deficiência de ponderar estilos, ideias e ideais, as imposições tornam-se bastante atrativas e são facilmente acatadas. Então seria cômico ver um e outro titubearem que são dotados de um identidade livres de esteriótipos. Afinal eles nunca pararam para perceber que as verdades chamadas de "minhas", hoje são "nossas" e ponto, sem reflexão.
Os valores genéricos deixaram a sociedade enfadonha e suscetível em demasia. Compactuando com qualquer pensamento chulo, os alicerces que permitiam a ela uma diversidade escandalosa garantem apenas a estrutura simples e direta do sim e do não.
A carência do reticências bloqueia a capacidade crítica e as pessoas passam a ser frutos sem nunca terem sido sementes. A autenticidade deu lugar a plágios, inicialmente inofensivos, que furtaram a criatividade individual. O simples ato de refletir não só a traria de volta como permitiria a fluidez de novos horizontes.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O entrudo e os intrusos

Há quem diga que o carnaval seja a nossa versão da política do "pão e circo" romana. Dias com data e hora marcadas que maquiam as mazelas sociais do Brasil.
Vindo de longe, chega aqu atendendo pelo nome de entrudo. Uma festa repleta de inconveniências da qual participam tanto os escravos quanto as famílias brancas. Inicia-se o processo de alienação, afinal brancos, mestiços e negros em um mesmo ambiente festivo não fazem referência a uma igualdade que começava a surgir. A festa passou por várias influências até ser o que é hoje, inclusive políticas.
O carnaval espalha-se por todo país, sem excessões. A mídia concentra-se nas avenidas, nos sambódromos, nos sambas-enredo, mas o carnaval de brasília permanece ali, discreto. Os cidadãos e turistas aderem às maravilhas do consumo, o governo adere às maravilhas das cargas tribuárias e mais de um terço dos produtos são tributos. Então surgem as leis e ministérios de previdência social oportunistas, as propostas do supremo tribunal para votação de reajuste de sua remuneração e os desvios de verba. O dinheiro público levantado supre as ganâncias de alguns detentores do poder.
Enquanto isso a miséria persiste. O carnaval gera empregos, mas não necessitamos de efeitos de curto prazo. De fato temos um circo, no entando carecemos de pão e tantas outras coisas.

Começando

Olhem (ou deveria dizer:olhe :$), após muito protelar decidi fazer um blog. Tenho vergonha dessas coisas: meus textos, minhas ideias, meus posicionamentos, todos expostos aqui (incluindo meus erros ortográficos e de concordancia), susceptíveis à críticas e etc, mas nunca saberei meu grau de pequeneza sem antes receber comentários: sejam eles construtivos ou não.
Então:
Não fico fixada naquilo que se tornou padrão, mas sempre estive aberta ao novo da mesma forma que respeito o imutável (e, por favor, diga-me que poderei tornar-me imutável).
Eu sempre quero festa, eu sempre faço festa.
Eu sei que não sei nada e no fundo posso tudo, contudo aprendi que nem sempre devo fazer tudo o que posso.
Acho graça do riso e o forço toda vez que a vida perde a graça e tropeça comigo em meu planos.
Canto fora do tom e tenho súbitas, escandalosas e inexplicáveis atrações, não necessariamente por músicas.
O melhor e talvez o pior de tudo seja que espero dos outros o que ainda não desisti de querer. Isso vira apenas bônus, pois o ônus é que tentei silêncios quase impossíveis, foi doloroso. E sonhei com infinitos que na verdade terminam logo ali.