segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sozinho

Já comentei por aqui como minha cabeça gira, não é? Começo com um assunto, daí ele sai remuendo, rodopiando, quando dou por mim...
Uma criação independente e com licença poética.


Deve ser isso mesmo. Eu tanto penei com o amor e tanto o pedi para sair de mim que ele saiu. Escafedeu. Fico estranha pensando assim. Não era imunidade que eu queria? A ganhei. Então porque raios estou assim, cabisbaixa. Eu, sinceramente, não me sinto confortável amando, não mais, não mesmo. Para alguns, o amor, pode ser luminoso, arrebatador, mas para mim é desastroso. Doeram todos os outros que passaram e sempre me encontrava lá, juntando uns pedaços que eu julgava valer pena colar. Restaram poucos.
Estresse pós-traumático. Longe de mim procurar terapia, estou bem, estou acostumada. Estou encaixada no pequeno espaço que restou, todo remendado, mas bem finalizado e tão bem estruturado que o digo pronto para receber um terremoto com alcances inimagináveis na escala Richter.
Não diria bem, diria estável e meio de supetão escuto um estardalhaço ao meu redor. Meu encaixe milimetricamente perfeito não funciona e corro riscos de sufocar. ‘Ta’ quentinho? ‘Tá’, mas eu não quero assim, eu sei o que vem depois ou no mínimo acabo de inventar finais para todos os que ousarem perturbar a paz arranjada duramente.
Pensei seriamente em colocar uma placa pendurada no pescoço: ‘Mantenha distância’, com letras miúdas: ‘Mulher com excesso de amor próprio, amante dos vibradores e da inseminação artificial’. Não gosto dessa brincadeira de psicologia reversa, quando eu quero algo é porque eu gostaria daquilo naquele momento, poxa. “Ah, quando você menos esperar o amor bate em sua porta!”... Quer saber de uma coisa?! Tente a próxima mais paciente, afinal eu simplesmente não podia ficar esperando você chegar para me sentir completa.
De tanto levar empurrões do amor, na minha cobiça de ser, eu simplesmente o ‘desinventei’ do meu prólogo e nem penso em coloca-lo em clímax algum da minha história. Não sei escrever com esse eu-lírico.  Eu tão somente sinto náuseas em pensar que lágrimas terão que cair, se não as minhas... Parece frio fora do meu refúgio. Desculpa. Não é você, sou eu. Na verdade não sou eu, foram os outros. 


Sabe que esse eu achei legal! Quanto a mim? Vou maravilhosamente bem, obrigada.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Algo que costumava ser um coração


Sua mente nunca foi tão coesa como deveria, parecia mais a Teoria do caos na iminência de se fazer valer. Ridículos e pequenos momentos, frases, palavras ou imagens eram capazes de atear fogo naquela fogueira chamada pensamento. Sempre foi assim, mas agora ela tinha muito mais que uma alma inquieta, tinha um coração inquieto! Muito embora ainda não tivesse consciência do que isso significava- até então!
Começou a divagar sobre teorias, analogias, poesias, prosas e entre um ponto qualquer e outro menos relevante ainda: desistiu, aqueles pensamentos ficaram enfadonhos demais para passar o tempo. Dois dias escorrendo por entre as paredes de um apartamento sem varanda eram demais para a tagarela incorrigivelmente afoita. Mesmo sabendo dos riscos e consequências, espanou rapidamente algumas lembranças, algumas saudades, algumas vontades. Por mais relutante que fosse, ainda carregava mágoas. Mesmo rodopiando para se esquivar dos respingos que o mal alheio lhe lançava, ainda tinha amarguras e isso a fazia carregar um pouco de vingança. Quando existe raiva sempre há uma enorme carga de desapontamento. ‘Ah, que se dane.’ Encheu a boca e disse.
‘Que se dane’, aquilo era seu coração se pronunciando tão afoito quanto ela poderia ser... Era ele mesmo, travestido de soldadinho de chumbo, jurando estar protegido e a postos para se defender de qualquer ameaça.
O tédio ficou um pouco desconfortante. Um coração? Quanta bobagem. Ensaiou uns passos pelo quarto na surdez dos fones de ouvido e num rodopio estonteante se deixou cair de costas na cama, de braços abertos e balançando os pés. Um suspiro, dois... Quanta bobagem.  

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Eu sei, eu sei, eu tinha desistido dos escritos! Sim, configura uma recaída e das grandes... Daquelas que você protela por dias, mas acaba cedendo!
Agora é a hora exata para recrutar a antiga Mim Mesma. É esquisito tentar fazê-la renascer já tão crescida e tão diferente do que sou agora. Tirá-la toda empoeirada e ficar fitando seus olhos me assusta, ainda mais porque eles ainda são tão iguais aos meus. Posso senti-la me observando intrigada e tão assustada quanto eu. Éramos o botão de emergência uma da outra e se eu a despertei agora algo deveria estar machucando, bagunçando ou me deixando maluca.
Ah, nada não, Mim Mesma! Eu só estava cansada de perder pedaços como sempre e tentar substituí-los por você. Decidi caminhar sendo metade, aceitar que todo mundo é a metade de um todo de outrora. Então, o que vê? Consegue sentir isto? Esta leveza? A calma, o cheiro de roupa limpa? A água que continua gotejando da torneira molhando toda a pia, mas que eu consigo secar, o vento que eu deixo entrar pela janela  trazendo poeira e o chão que eu aprendi a varrer. Entra, a casa 'ta' limpa, a cama 'ta' feita. Deita. Descansa. Dorme, mas não porque eu te obriguei e sim porque dá. Eu estou conseguindo me manter bem e é isso que está me deixando mal, essa condição de 'por um triz'... É desgastante. 

Comentei quanto estou romântica de uns tempos para cá? Então hoje eu queria publicar isto:

Eu meio que ainda desejo porque ainda sinto tremores, tesão, enjoo em mim. Eu meio que não consigo decidir entre o 'te querer' e o desistir. Eu meio que ainda quero muito e eu meio que sinto que meu querer é incapaz. Eu meio que sei aguentar te perder, eu meio que sorri pensando que dessa vez poderia ser diferente. Eu meio que te vi caminhando pela outra estrada enquanto eu meio que saltitava pela margem da minha. Eu meio que sorri, eu meio que chorei. Eu meio que te acompanhei, meio sem querer e meio que nem sei para que lado eu estava indo. Eu meio... E não sei se consigo ser  um quarto, não sei se consigo perder outro pedaço. Eu meio que quero continuar sendo eu meio só pela ideia de um dia encaixar um meio você. Aquela ideia passada de ser um, duas metades para então ser um todo ou dois zeros e virar um infinito. E é impressionante como se fica bobo, porque eu meio que vejo a seta enorme indicando para onde devo ir, mas eu meio que rejeitei, meio que tentando fingir. Meio que tentando ir com você. Agora eu meio que estou parada, meio que tentando escolher. Mas eu meio que continuo achando mais engraçado sua metade e a minha, essas duas estradas e aquela ideia passada de algumas palavras atrás.

Ficou tão poema infanto juvenil, mas eu gostei. É um bom começo para se recomeçar. (: 
Por: Thuanny, Alice e Mim Mesma, pois eu precisei de toda a ajuda pra ter coragem de clicar em publicar postagem. *-*