segunda-feira, 1 de março de 2010

O entrudo e os intrusos

Há quem diga que o carnaval seja a nossa versão da política do "pão e circo" romana. Dias com data e hora marcadas que maquiam as mazelas sociais do Brasil.
Vindo de longe, chega aqu atendendo pelo nome de entrudo. Uma festa repleta de inconveniências da qual participam tanto os escravos quanto as famílias brancas. Inicia-se o processo de alienação, afinal brancos, mestiços e negros em um mesmo ambiente festivo não fazem referência a uma igualdade que começava a surgir. A festa passou por várias influências até ser o que é hoje, inclusive políticas.
O carnaval espalha-se por todo país, sem excessões. A mídia concentra-se nas avenidas, nos sambódromos, nos sambas-enredo, mas o carnaval de brasília permanece ali, discreto. Os cidadãos e turistas aderem às maravilhas do consumo, o governo adere às maravilhas das cargas tribuárias e mais de um terço dos produtos são tributos. Então surgem as leis e ministérios de previdência social oportunistas, as propostas do supremo tribunal para votação de reajuste de sua remuneração e os desvios de verba. O dinheiro público levantado supre as ganâncias de alguns detentores do poder.
Enquanto isso a miséria persiste. O carnaval gera empregos, mas não necessitamos de efeitos de curto prazo. De fato temos um circo, no entando carecemos de pão e tantas outras coisas.

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