Sei que devo a continuação do texto abaixo e peço desculpas por isso. Há tanta bagunça em mim que eu não consegui encontrar mim mesma debaixo desta casca criada pra me esconder durante estes últimos dias difíceis. Também peço, humildemente, licença para abrir um parêntesis nesse meio termo:
(Seria hoje, dia 01 de março, o aniversário de um certo alguém. Um rapaz esquisito pois teima em escutar tudo o que digo, em ler meus textos, em suportar meus dias de megera, meus dramas pequenos e os grandes também. O distinto rapaz apareceu meio de banda em mim, meio me usando pra alcançar outro alvo, traçou uma linha tortuosa e de tão tortuosa esbarrou em alguém. O moço magro, meio surdo, de voz sonorica, cabelo claro, do riso bobo e andar levemente despreocupado deu um nó em mim.
Desconheço o propósito do infinito quando uniu um ateu a uma ferrenha defensora de Deus (não que Ele precise de um defensor, mas o rapaz insiste em cerrar os olhos, ouvidos e coração- sem debates agora, meu bem), um homem resolvido a uma mulher que mudava de rumo quase todo dia por estar perdida, uma ele a uma mim mesma!
A gente nunca lembra quando as coisas aconteceram de verdade. Elas vão acontecendo. A gente não sabe se foi no dia que me esperou para ir almoçar, ou no meu primeiro dia na pensão o qual tomava café e eu, sedenta por conversas, perturbei seu café da manhã e ele se esforçava entre mastigar o pão e responder minhas perguntas ansiosas enquanto eu segurava a risada escandalosa proveniente daquela situação. Talvez tenha sido na noite, tarde da noite, capital perigosa, pão farto à mesa e eu farta de pão, o fast food perto dali, eu medrosa, ele bom coração e os dois pulando com medo das baratas que povoavam a esquina (eu sei, eu sei, não foi você, mas eu adoraria ter visto você pulando com medo de uma barata). Não de repente ele começou a bater à janela do meu quarto às quatro horas da madrugada pedindo que eu abrisse a porta para ele entrar. Não de repente ele olhava atenciosamente eu e meu ritual noturno de cuidados com a pele. Não de repente nós conversávamos como dois idiotas que se conheciam desde o infinito.
A distância física veio, foi, voltou, cutucou, catucou... Sempre havia um celular e as longas conversas sobre praticamente nada, sempre havia uma ligação e uma ligação telefônica em formato de desabafo e sempre havia um ouvido mouco desdobrando-se para ouvir meus lamentos e aventuras do outro lado. Quando reparei havia alguém confiável, capaz de ouvir tudo que eu estivesse disposta a falar, sensível o bastante para saber insistir nas ligações para conversar mesmo eu estando de TPM, homem o bastante para desbravar meio mundo para irmos a um lugar qualquer que não valeria a pena. Alguém com a dose certa de amnésia para que eu fosse capaz de contar muita besteira que faço nesse mundo, mundo, vasto mundo e que, de uns tempos pra cá, esqueceu de esquecer e lembra coisas até demais! Atencioso, amável...
O rapaz já presenciou tantos presentes de aniversário que eu montava, via minha euforia e preocupação com a reação alheia. Viu meu esforço para fazer feliz quem não se importaria tanto em me fazer feliz e não retribuiu o que eu fiz por ele apenas pelo fato de eu não ter feito nada por ele, porque no meu aniversário lá estava, posto prontamente, como sempre esteve. Hoje o tempo veio e revelou quem era quem e hoje me encontro sem ânimo e sem dinheiro para presenteá-lo.
Conforta-me conhecê-lo para saber que dizer 'parabéns' bastará.
Novamente digo desconhecer o infinito e entristeço quando tento descobrir como alguém tão pequena como eu pôde conhecer alguém tão grande. O moço aí merecia coisa melhor! Então parabéns para mim... e você, meu caro, desculpa a má sorte, mas eu é que não vou reclamar!)
Fecha parêntesis. Parabéns! (L)
(Perdoe-me, esse sim não foi revisado, ou melhor, foi, mas estou sonolenta, é tarde e tenho faculdade amanhã! Isso me redime? Espero que sim.)
Comentei em todos os outros, mas nesse... eu não sei o que falar rs. Pelo menos não aqui.
ResponderExcluirObrigado, Thu(cson).
Ah, redime sim :).
Nossa Thu,
ResponderExcluirQue lindo, você expressou de forma magnífica, um sentimento lindo, que por vezes eu testemunhei.
O rapaz em questão é mesmo encantador!
Que a amizade de vocês permaneça cheia de felicidade e cumplicidade.
:*
Ah... você é bem mais encantadora, Vanessa.
ResponderExcluir